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Ricardo Pigatto, CEO do Beneficência, ressalta importância da humanização na gestão hospitalar
18/05/2020
por Comunicação Social ABSM

De acordo com o gestor hospitalar Ricardo Pigatto: “A humanização hospitalar é uma das grandes tendências atuais da assistência em saúde. Se não a mais importante, alicerça em seu conceito fundamental a arte de propiciar uma satisfação maior para todos os envolvidos no processo de busca de saúde”.

Para Ricardo Pigatto, que tem expressado os conceitos acima em suas reuniões de trabalho nas unidades em que atua, em Porto Alegre, Canoas e Campo Bom, o foco da humanização deve estar no oferecimento de um serviço prestado com respeito à vida e à dignidade, ultrapassando o foco da doença. “Além de informar os procedimentos necessários para o tratamento, o profissional deve saber escutar os anseios desse paciente diante da real situação em que ele se encontra”, argumenta.

Segundo Pigatto, a humanização é muito mais do que um item na estrutura dos processos de uma consultoria em gestão hospitalar. Para o diretor executivo da Associação Beneficente São Miguel (ABSM), a humanização começa a ser representada em pequenas atitudes como: encontrar sensibilidade e atenção ao buscar um determinado serviço de saúde; quando os enfermeiros são simpáticos e os médicos ouvem com atenção às aflições e explicam o funcionamento dos serviços, etc.

São pequenos mas fundamentais exemplos práticos da humanização na Saúde. Essa atitudes tornam o tratamento mais eficaz e fidelizam o atendimento. Um atendimento desse tipo deve ser personalizado e realizado com sensibilidade para gerar empatia entre profissionais de saúde, pacientes e familiares”.

 

Atendimento Humanizado na visão de Pigatto

O foco do atendimento é de extrema importância durante uma situação de pandemia como a do novo coronavírus. Pigatto explica que as informações passadas de maneira clara e segura ajudam os pacientes a minimizarem o medo, que pode ser até mais prejudicial que a própria patologia apresentada.

Um exemplo é a preocupação das equipes de saúde em explicar os motivos do uso dos acessórios, por estarem na linha de frente do atendimento ao público, como forma de ajudar a tranquilizar os enfermos.

Uma pessoa atendida de forma humanizada é informada com delicadeza e tem as suas preocupações ouvidas pelo profissional de saúde. Assim, é capaz de entender melhor a necessidade de não se expor, além de compreender de forma mais clara a evolução dos sintomas e dos cuidados com a doença.

Como resultado disso, por exemplo, a humanização torna o atendimento mais eficaz, pois um paciente bem informado responde mais rapidamente e de forma mais correta às solicitações médicas. Portanto, a prática favorece a diminuição da concentração de pacientes nos hospitais, reduzindo a transmissão de doenças em casos de pandemia. 

 

Ricardo Pigatto ressalta a Humanização na Rede Privada

A prática adotada no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2003 por meio do programa HumanizaSUS, também deve ser encontrada na rede privada. As iniciativas de humanização não dependem diretamente de recursos financeiros, sendo apenas reflexo da promoção de valores como tolerância e diálogo. Precisa estar no planejamento estratégico da gestão de instituições hospitalares. Precisa ser uma cartilha de trabalho.

Quando um hospital tem um setor de humanização, todos os profissionais de diversas linhas de atuação passam por treinamentos, explica o gestor. Isso permite que médicos, enfermeiros, tecnólogos, recepcionistas, seguranças e outros funcionários, acolham, de maneira respeitosa e séria, os pacientes que geralmente chegam ao local em estado de fragilidade física e emocional.

 

A humanização na telemedicina

O serviço de telemedicina, recentemente autorizado para ser utilizado em qualquer área de saúde no Brasil, em caráter excepcional por causa da atual pandemia, apesar da intermediação pela tecnologia, pode e deve estar presente no serviço ao propiciar um relacionamento digital personalizado.

O serviço estreita os laços entre médicos e pacientes com a manutenção do contato fora do consultório médico e ainda facilita o atendimento em caso de emergências e dúvidas, que podem ser atendidas em tempo real e a distância. “Acredito que a tecnologia sempre será um ponto forte para que os casos médicos sejam solucionados”, aponta Ricardo Pigatto.

Em crises epidemiológicas, a telemedicina pode colocar o paciente em contato com o médico, que pode orientá-lo a permanecer em casa ou procurar um serviço de saúde, minimizando a exposição à contaminação nos hospitais. 

 

Os problemas para implantação

Após um aprofundado diagnóstico situacional de saúde, a capacitação vem como uma segunda onda: é de extrema importância para que todos os profissionais estejam prontos para qualquer epidemia, comenta Ricardo Pigatto. Os trabalhadores de saúde presentes no diagnóstico hospitalar devem receber treinamentos de biossegurança, para conhecer os riscos de diversas gravidades dos setores hospitalares, como os cuidados restritos a pacientes com tuberculose, meningite e outras doenças graves e de fácil contaminação.

Infelizmente, alguns colaboradores resistem à capacitação para a humanização. O principal desafio para implantação do sistema humanizado é a sensibilização dos envolvidos. “Se a pessoa não deseja ser treinada ou capacitada a atender de maneira humanizada, não há como implementar a humanização no hospital em situações normais”, explica Ricardo Pigatto.

O gestor lamenta que muitos profissionais não se atentem a respeitar o paciente de forma adequada e humanizada: “Sabemos que há setores hospitalares totalmente complexos e estressantes, porém a virtude do profissional deve sempre superar qualquer ambiente de conflito psicológico”.

Ricardo Pigatto atua como gestor hospitalar em unidades em Porto Alegre, Canoas e Campo Bom.  Segundo ele a humanização é uma das ferramentas imprescindíveis na obtenção da qualidade e na excelência dos serviços prestados. “Há outras ferramentas importantes como o compliance, por exemplo, que vem atreladas à transparência, à responsabilidade financeira ao combate à corrupção” reforça, acrescentando que “é importante também que o gestor possa construir ou contar sempre com uma boa equipe, que atue com comprometimento e motivação”, finaliza.